Os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) não são uma novidade, afinal, toda floresta é capaz de produzir alimentos e madeira naturalmente. Então por que o tema desperta tanto interesse atualmente? A chave da mudança foi a nossa percepção de que agricultura e floresta, ao serem combinadas, otimizam e muito a produção no campo.
Um SAF é como uma clareira se recuperando na mata, onde as árvores caídas cobrem o solo (a terra não fica exposta), e a sucessão natural de plantas vai cobrindo a área lentamente com vegetação, trazendo os primeiros brotos das colonizadoras, seguidas pelas pioneiras, secundárias e finalmente as plantas de clímax, quando a floresta está madura novamente. Em cada fase de sucessão, muitas plantas disputam o mesmo espaço, e cada uma se acomoda em um ¨andar¨, ou estrato, de acordo com suas necessidades. Elas são classificadas como estrato baixo (consideradas plantas de sombra), médio, alto e de estrato emergente (que adoram sol pleno).
No planejamento de um SAF, árvores frutíferas, plantas leguminosas e tubérculos são dispostos lado a lado com árvores produtoras de madeira, flores e grãos, cada um de acordo com sua fase de sucessão e estrato.
O mogno africano é uma árvore de clímax, e entra nessa onda com dupla função! A poda da sua copa fornece a cobertura de solo que o sistema precisa durante os anos de crescimento, e ao final do seu ciclo, a valiosa madeira é finalmente cortada.
Os ganhos em diversidade de fauna e flora, a proteção do solo (garantido pela fixação de nutrientes feitos pelas próprias plantas), a economia com menor adubação e combate à pragas (inerentes à monocultura) se somam ao lucro da produção de alimentos e madeira, transformando a Agrofloresta em um negócio bastante atraente!
Referências:
Corrêa Neto, N. E., Messerschmidt, N. M., Steenbock, W., & Monnerat, P. F. 2016. Agroflorestando o mundo de facão a trator. Petrobrás Ambiental: Barra do Turvo.
Deixe um comentário